Department of Teaching, Learning and Teacher Education

 

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2019

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Publicado como Capítulo 3 em Formação de professores S/A, organização Julio Emílio Diniz-Pereira e Kenneth Zeichner. Belo Horizonte : Autêntica Editora, 2019.

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Abstract

O resultado da eleição presidencial de 2016 foi um dos mais imprevisíveis da história dos Estados Unidos. Naquela eleição, a ex-Secretária de Estado norte-americana e senadora Hillary Clinton foi derrotada por Donald Trump, astro de reality shows, empresário e bilionário do setor imobiliário. Ele não tinha experiência em política ou governo. No entanto, havia outras coisas que ele possuía e que repercutiram no eleitorado: a falta de filtro (e sutileza) quando se tratava de discutir questões de política, a experiência de fazer (com graus variados de sucesso) acordos de negócios importantes e de alto risco, e um desdém aberto pela instituição política e pela corrupção que essa instituição significava.

Uma grande parte do apelo de Trump nos Estados Unidos surgiu da promessa de agitar a política estadunidense. Políticos de carreira e funcionários do governo – a história circulou – não podiam ser confiáveis para deixar de lado suas próprias agendas e seu autointeresse a fim de fazer um trabalho que seria, nas palavras de Trump, “Make America Great Again” [“Torne a América grande de novo”]. Trabalhadores do setor privado, empresários, executivos corporativos (CEOs) e pessoas bem-sucedidas da área de negócios (ou seja, ricas) eram quem poderiam tornar a mudança real. Os conhecimentos institucionais, políticos e de política eram inconvenientes nessa nova administração. Pensamento criativo, escolha, privatização e tomada de risco eram agora as moedas do reino. Isso se manifestou de muitas maneiras, inclusive na seleção de homens de negócios sem experiência governamental para os principais cargos de gabinete. Um ex-CEO da ExxonMobil, por exemplo, foi indicado e confirmado para a Secretaria de Estado. Sua promessa de que não agiria em interesse próprio, especialmente quando se tratava de comércio e petróleo, foi suficiente para garantir à maioria das pessoas que lhe confiaram o cargo que ele tomaria decisões éticas. Porventura mais descaradamente, Trump não só nomeou como administrador da Agência de Proteção Ambiental (EPA) uma pessoa que tinha trabalhado ativamente contra a EPA antes de sua nomeação, como também designou para a Secretaria de Energia, alguém cuja campanha política anterior focava na eliminação desse mesmo departamento.

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